Tomar- Cidade e sede dos Templários em Portugal

Tomar é uma cidade cheia de história, mistério e beleza, uma verdadeira jóia no coração de Portugal. Com a sua rica herança templária, arquitetura cativante e ruas encantadoras, Tomar promete uma experiência única e inesquecível a quem a visita.

Os primeiros anos

Tomar foi a última cidade templária a ser construída. Foi fundada em 1160 por D. Gualdim Pais, famoso cavaleiro e Mestre dos Templários, e mais tarde foi transformada num dos mais importantes centros da ordem.

Gualdim Pais tem uma estátua na praça de República de Tomar

Gualdim Pais foi um cruzado português, frade templário e cavaleiro de D. Afonso Henriques, que o ordenou como tal na batalha de Ourique (1139).
Esteve cinco anos na Palestina, onde serviu como Cavaleiro da Ordem do Templo, tendo participado no cerco à cidade de Gaza. Ao regressar, foi ordenado o quarto Grão-Mestre da Ordem em Portugal em 1157. Depois de um breve período em Soure, fundou o castelo de Tomar que se tornou sede dos Templários em Portugal, e deu foral à nova vila de Tomar no ano de 1162. Fundou também os castelos de Almourol, Idanha, Ceres, Monsanto e Pombal.

Os Templários foram uma ordem militar e religiosa que desempenhou um papel significativo na chamada“reconquista” cristã da Península Ibérica aos muçulmanos, que ficaram conhecidos na história da Península como Mouros.

Os Cavaleiros do Templo estabeleceram a sua sede em Tomar, construindo um Castelo para defender a região e supervisionar as suas operações em Portugal. O Castelo utilizou técnicas modernas que os Templários aprenderam durante as Cruzadas. No interior do castelo, protegido por robustas muralhas, torres e uma torre de menagem, os Templários construíram o seu mosteiro.

O Castelo dos Templários em Tomar.

O Mestre da Ordem e fundador de Tomar, D. Gualdim Pais, tinha participado nas Cruzadas no Oriente Médio e conhecia bem as técnicas militares dos muçulmanos. Ao ordenar a construção do Castelo de Tomar, adoptou uma série de medidas defensivas que tornavam o Castelo praticamente inexpugnável.
O Castelo dos Templários em Tomar
O Mestre da Ordem e fundador de Tomar, D. Gualdim Pais, tinha participado nas Cruzadas no Oriente Médio e conhecia bem as técnicas militares dos muçulmanos. Ao ordenar a construção do Castelo de Tomar, adoptou uma série de medidas defensivas que tornavam o Castelo praticamente inexpugnável.  

Tempos de prosperidade

Os Templários geriram a região de Tomar e arredores através de um sistema de fortalezas, alianças estratégicas e desenvolvimento agrícola. A partir do Castelo de Tomar, os Templários administravam as suas vastas terras e supervisionavam as operações militares. Também promoveram avanços agrícolas, introduzindo novas culturas e técnicas de irrigação e contribuíram para tornar a região mais produtiva. Além disso, forjaram alianças com a nobreza local e monarcas que garantiram a estabilidade política e apoio à sua gestão territorial.

O Castelo de Almourol guardava a passagem pelo rio Tejo.

Exemplo de isto é o Castelo de Almourol, a 20 km de Tomar, cujas origens são muito antigas e enigmáticas. Em 1129, data da conquista deste local aos muçulmanos pelas tropas cristãs de D. Afonso Henriques, já existiam aqui as ruínas de uma fortaleza romana, que recebeu o nome de Almorolan. Entre 1169 e 1171, aproveitando esses restos, o castelo foi construído por ordem do mestre da Ordem do Templo Gualdim Pais. Servia não só para proteção territorial, mas para controlar o tráfego de mercadorias que subiam e desciam o rio Tejo.

Mas… o destino dos Templários estava prestes a mudar…

O fim dos Templários… (nem por isso)

A dissolução da Ordem dos Cavaleiros Templários foi um acontecimento muito complexo e controverso, chocante para a época. A ordem era extremamente poderosa e rica e enfrentava um crescente escrutínio e pressão por parte de diferentes setores da sociedade medieval. O rei francês Filipe, o Belo, tinha uma dívida substancial com os Cavaleiros Templários, e isso foi apontado durante anos como uma das suas razões para ir contra a Ordem. Em 1307, o rei ordenou a prisão e julgamento de vários cavaleiros Templários.

Na manhã de de sexta-feira, 13 de outubro, centenas de Templários em França foram simultaneamente presos por agentes do Rei, para serem posteriormente torturados para admitirem heresia na Ordem. Os Templários supostamente só tinham que responder ante o Papa, mas Filipe usou a sua influência sobre o Papa Clemente V, que era em grande parte o seu peão, para dissolver a organização. Naquele mesmo dia, ao pôr do sol, numa pequena ilha do Sena, Jacques de Molay, o último Grão-Mestre do Templo, e Geoffroi de Charney, Preceptor da Normandia, foram lentamente queimados até a morte.
Pouco mais de um mês depois, o Papa Clemente V morreu de doença e oito meses depois Filipe IV, aos quarenta e seis anos, morreu num acidente de caça. Isto deu origem à lenda de que de Molay havia lançado uma maldição contra ambos, que se tornou popular entre a população francesa.

Os Templários foram acusados de heresia, blasfémia e outros crimes, muitas vezes baseados em provas duvidosas ou fabricadas, e de corrupção financeira e intriga política. Por toda a Europa, muitos Cavaleiros foram torturados e obrigados a confessar falsas acusações. Muitos líderes Templários foram executados nas fogueiras da Inquisição, enquanto outros foram presos ou forçados ao exílio.

Os Cavaleiros Templários queimados na presença de Filipe, o Belo e seus cortesãos
Ca 1413-1415. Artista: Mestre Boucicaut. Manuscrito iluminado. Coleção do Museu J. Paul Getty, Los Angeles.

Nasce uma nova Ordem Portuguesa: A Ordem de Cristo

Ao contrário do que aconteceu noutros países europeus, Portugal proporcionou refúgio aos Templários. O Rei D. Dinis apreciava muito os Templários, a sua experiência e recursos militares e procurou integrá-los na sociedade portuguesa.

Assim, após a extinção da Ordem do Templo,autorizada pelo papa Clemente V, o rei D. Dinis fez um acordo com o rei de Castela, para impedir que os bens da Ordem dos Templários fossem dados a estranhos aos respectivos reinos. D. Dinis mandou em 1318 negociar, em Roma, a criação da uma nova ordem que o servisse e o ajudasse a defender o reino. Em 1319, o Papa Joao XX funda a Ordem de Cristo.

D. Dinis encarregou a negociação em Roma ao cavaleiro Lourenço e ao cónego de Coimbra, Pedro Pires. Uma vez promulgada a Bula Papal,o rei inicia uma intensa actividade documental para levar a cabo os seus projetos. Na Torre do Tombo (Arquivo Nacional de Portugal) guardam-se muitos documentos como a pública forma da tradução da bula, a carta de D. Dinis ordenando a sua execução, a carta em que se dispensa Gil Martins do Outeiro, então mestre de Avis, desses votos para que seja o Grão-Mestre da nova Ordem, entre muitos outros.

Nesse mesmo ano, D. Dinis reorganizou as propriedades e o pessoal dos Templários em Portugal e transfere-os para a Ordem de Cristo que herdou assim todos os bens, terras e privilégios dos Templários em Portugal, entre eles o Castelo e Convento de Tomar. A Ordem de Cristo deu continuidade às tradições militares e religiosas dos Templários, adaptando-se ao mesmo tempo às mudanças políticas e religiosas do seu tempo.


A Era dos Descobrimentos

Os Templários pela sua relação com as Cruzadas eram grandes viajantes e possuíam conhecimentos e habilidades muito importantes que ficaram guardados nas mentes dos seus Cavaleiros e nos seus livros e documentos guardados em Tomar. Este conhecimento transitou para a Ordem de Cristo. Não é por acaso que o Infante D. Henrique, o Navegador, promotor dos Descobrimentos, foi ele próprio Grão-Mestre da Ordem de Cristo, de 1420 a 1460.

A Ordem de Cristo foi fundamental na expansão marítima e nos esforços de exploração de Portugal durante os Descobrimentos, revelando-se inestimável para os empreendimentos marítimos de Portugal. Os seus membros participaram nas aventuras e exploração ultramarina. A Ordem de Cristo manteve também o controlo do Convento de Cristo de Tomar, que serviu de sede e símbolo do seu património.

Tombo dos bens, rendas, direitos e escrituras da Mesa Mestral da Ordem de Cristo na vila de Tomar. 
Torre do Tombo, Ordem de Cristo e Convento de Tomar, liv. 234.
O livro do Tombo da Ordem de Cristo, ricamente iluminado, é um bom sinal de como a Ordem de Cristo prosperou desde a sua criaçao pelo rei D. Dinis em 1319.

Monumentos Templários em Tomar

Se gostou deste bocadinho da história templária, venha visitar Tomar e a sua região para conhecer os locais onde tudo isto aconteceu.

• O Castelo Templário de Tomar

• A estátua do Fundador de Tomar, Grande Mestre da Ordem em 1160, em frente à Câmara Municipal

• A Igreja de Santa Maria do Olival, primeiro panteão dos Templários em Tomar

• O Convento de Cristo (Património Mundial da UNESCO), com muitas partes interessantes, como a Charola, os Claustros, o Refeitório, o Dormitório com as celas, o Palácio de D. Henrique, o Navegador e a famosa Janela Manuelina • O Castelo de Almourol no Rio Tejo


A Beleza de Tomar

Para além da sua história templária e dos seus mistérios intrigantes, Tomar é uma cidade de inegável beleza. As suas ruas têm muito encanto, com as casas tradicionais e calçada à portuguesa. O rio Nabão, a antiga judiaria e os parques da Mata dos Sete Montes ou do Mouchão proporcionam uma fuga tranquila e encantadora da agitação da vida citadina.

Venha daí! Visite Tomar!

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